POPULAÇÃO DE RIO MUQUI PEDRA, EM PÂNICO NO ESPÍRITO SANTO, COM SUSPEITAS DA DOENÇA DO CARRAPATO, TERIAM COMIDO CARNE DE CAPIVARA

 
A Reportagem do Jornal Espírito Santo Notícias recebeu, na manhã desta quarta-feira, 28, vários áudios de moradores da Comunidade de Rio Muqui Pedra, interior de Itapemirim, que estão desesperados com suspeitas de terem contraído a doença do carrapato. Eles afirmam que mataram uma capivara e fizeram um churrasco, algumas pessoas que comeram desta carne estariam ficando doentes, sete já estão sendo tratadas em hospitais da região. E, algumas pessoas estão em estado grave na UTI. Um homem morreu nesta terça, 27.

Há uma informação extraofical de que na localidade de Rio Muqui Pedra existam muitas capivaras que estão comendo as plantações no enrtono, e por conta deste fato, teriam envenenado um animal da espécie que fora encontrado morto e, desta carne fizeram um churrasco. Quem comeu do churrasco da capivara está entre os pacientes com a febre maculosa, que é transmitida pelo carrapato. Suspeita-se que, o veneno comido pela capivara teria infectado as pessoas. O caso está sendo investigado pelas autoridades de saúde e sanitária.

De acordo com o secretário de Saúde de Itapemirim, Joseli Marquezini, a Secretaria está acompanhando todos os casos, juntamente com a Vigilância Sanitária e o Lacen, laboratório de referência estadual para análises das áreas de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, vinculado à Secretaria de Estadual de Saúde.

O secretário está muito preocupado com a situação e disse que, por hora, o caso está sendo tratado como febre maculosa, que é transmitida pelo carrapato. Ele ficou de trazer informações mais precisas até final da tarde desta quarta, quando resultados dos exames laboratoriais serão relevados após análises.

Na semana passada surgiram os primeiros casos, um casal jovem, Bruno e Carolina Batista Silva começaram a passar mal e logo foram internados, ambos estão intubados na Unidade de Tratamento Intensivo – UTI do Hospital Evangélico Litoral Sul. A informação que se tem sobre o casal foi repassada pela tia Rosangela Pinheiro Pereira de 41 anos, que disse que eles foram mordidos por carrapatos.

A cuidadora Rosangela Pinheiro, residente na Comunidade, está com o filho Gilberto Pereira dos Santos internado no Hospital Evangélico Litoral Sul, desde ontem. Ela contou ao jornal que, além do filho, a sobrinha, Caroline Pereira da Silva, casada com Bruno, está em estado gravíssimo. “Meu filho sentiu mal estar domingo, na segunda, 26, ele não abriu os olhos e estava com febre de 39,5, e muita dor abdominal. Ele foi internado ontem, o médico disse que ia fazer os exames para combater a bactéria contraída do carrapato”, disse a cuidadora.

Segundo Rosangela, o filho comeu da capivara também. “Tem parentes do Bruno, o primo dele se internou ontem e a esposa dele está muito mal na UTI, foi para lá vomitando sangue. Tem mais pessoas que comeram da carne da capivara e estão indo fazer exames. Não consegui nem ir trabalhar hoje, mas confiamos em Deus, a última palavra vem Dele que sabe de todas as coisas, vamos orar”, disse a cuidadora.

Os áudios

“Foi uma trinca de gente passando mal para o Pronto Socorro. Foi um monte daqui, da Pedra, fazer exame, todos que comeram a carne da capivara. Tem uma mulher que saiu vomitando sangue, tá uma coisa feia, o homem que matou a capivara morreu. Que desespero aqui”, disse uma moradora em um dos áudios.

“O Alagoano morreu da doença do carrapato. Mataram a capivara, comeram, ele morreu, tem dois intubados muito ruim, e saiu mais quatro pessoas, da Pedra, um com dor de cabeça e muita febre, outro vomitando sangue, eles comeram da carne da capivara também, é complicado, a gente que gosta de pescaria, tá ruim para nós porque é onde ficam as capivaras, pegar um carrapato é morte quase certa”, disse outro morador.

“Gutierry é verdade mesmo, o negócio tá feio para lá, nós tão com parente no hospital, o primo nosso, disse só o cérebro vivo, o resto já morreu tudo, e saiu dois vomitando sangue. Tem os irmãos da minha mãe que comeram a capivara, também não tá legal e foram para o hospital. Rapaz, cuidado com este negócio de capivara, tá perigoso demais”.

“Essa família aí, trabalhou comigo no transporte, está a cunhada, a sobrinha, o primo com a esposa. Ela conversou comigo sobre o que aconteceu, primeiro foi o primo dela e a esposa, a Carol deu derrame cerebral, o irmão dela e a esposa deram entrada no Upa ontem, a esposa está vomitando muito sangue. O médico perguntou se tem mais alguém na família que tinha comido a capivara. Eles falaram que tinham comido a capivara”, disse outra mulher que é parente de uma pessoa contaminada.

Realmente houve um óbito de um homem apelidado de Alagoano, e segundo informações extraoficiais, ele teria encontrado a capivara morta, o animal que teria transmitido a febre maculosa, ele também teria comido da carne.

Escola está com medo, hoje só 16 alunos foram estudar

Hoje somente 16 alunos foraam à escola. Foto/ Divulgação
A Escola Municipal Pluridocente de Ensino Fundamental “Rosaria da Silveira Nunes”, onde estudam 53 alunos, está muito preocupada com a doença. A pedagoga Josemari Estançani Duarte disse que dos 53 alunos matriculados, nesta quarta, somente 16 foram a aula e os pais não querem permitir que os filhos vão à escola enquanto não houver uma dedetização e pulverização na Escola e nas proximidades. “Nós temos ao redor da escola muitos cavalos, cachorros que entram na escola, os cavalos estão encostados no muro do colégio, não tem portão, e, as crianças vivem neste ambiente. Nós estamos com medo porque neste momento mais pessoas estão sendo levadas ao hospital, já teve um óbito. Hoje foram só 16 alunos, seis em uma sala e 10 em outra. Os pais já estiveram aqui e disseram que não vão mandar os filhos enquanto a secretaria não tomar providência. Já foi informada do problema. Tem que ter uma pulverização na comunidade, mas não fizeram ainda. A gente fica com medo, é um caso que a gente nunca viu”, ressaltou a pedagoga que direciona os trabalhos na instituição escolar.

Febre maculosa

Febre maculosa brasileira é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim, da espécie Amblyomma cajennense, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esse carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande porte (bois cavalos etc.), cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara, o maior de todos os reservatórios naturais.

Transmissão da febre maculosa

Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os mais jovens e de menor tamanho são vetores mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos.

Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.

Fonte: Espírito Santo Notícias


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