“É UMA BRINCADEIRA QUE ACONTECEU”, COMENTA A DIRETORA DO COLÉGIO DE NATIVIDADE EM QUE ESTUDANTES HUMILHARAM MENINA AUTISTA

 
Após circulação nas redes sociais do vídeo em que uma menina aparece sendo humilhada por colegas, no pátio do Colégio Estadual Flávio Ribeiro de Rezende, em Natividade, surge outra imagem em que um aluno filma o momento em que a diretora da escola comenta o ocorrido dentro de sala de aula.

No trecho do vídeo ela comenta que as meninas são amigas e foi uma brincadeira que aconteceu. “É uma brincadeira que aconteceu, mas é sério. Isso é bom para vocês entenderem o que o celular faz na hora errada, as pessoas filmam e pela filmagem ninguém entende direito o que está acontecendo. As outras meninas estavam instigando-a a implicar, porque as duas são amigas”, comentou.

O bullying não é brincadeira, é um problema grave e pode afetar a vida de crianças e adolescentes de maneira profunda e duradoura. Quando direcionado a uma pessoa autista, os efeitos do bullying podem ser ainda mais graves. Por essa razão, é importante saber que o bullying a autistas é considerado crime no Brasil.

Segundo a Lei nº 13.146/2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), é considerado crime praticar qualquer ato de violência física ou psicológica contra uma pessoa com deficiência, incluindo o bullying a autistas. A lei prevê que as penas podem variar de 2 a 5 anos de reclusão, dependendo da gravidade do caso.

Além disso, o bullying a autistas também é considerado uma forma de discriminação e violação dos direitos humanos. É fundamental, portanto, que haja conscientização e combate a esse tipo de comportamento, não só no ambiente escolar, mas em todos os contextos da sociedade.

Cabe aos pais, educadores e sociedade como um todo, trabalhar para que os direitos das pessoas com autismo sejam respeitados e para que o bullying seja combatido em todas as suas formas. As escolas, por sua vez, têm o papel de promover a inclusão e de oferecer suporte e apoio às crianças e adolescentes autistas, garantindo-lhes um ambiente escolar seguro e acolhedor.

A pequena vitória Fernandes, de 11 anos, está matriculada no 6º ano do ensino fundamental, mas não sabe ler ou escrever.

Por Gabriel Clalp/O Diário do Noroeste


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